terça-feira, 5 de julho de 2011

Mensagem ao passado

Durmo sobre a escuridão poética, deitado numa palha sombria onde não se sente alma viva. Ainda se sente o cheiro de mortes e há fogos não apagados de uma guerra recente.
Amarrado por farrapos sinto as pernas fraquejar. São feridas de balas e projécteis. Bem-vindo ao estado civil do povo português.
O ano é 2066 e as ligeiras combinações criptográficas ditam – este - o ano do azar. Depois de a teocracia e os antepassados caírem e a historia ter sido posta em causa. Os cientistas que estudam livros – os quais dizem comportar sabedoria - já só se baseiam em algoritmos e fórmulas matemáticas. Até Einstein vive na eminência de ser considerado duvidoso e não há fórmulas para nada. A chave dos segredos é algo que todos querem e ambicionam, para isso travam duras guerras e esta é já a quarta guerra mundial. Esta é a mensagem que ainda espero chegar ao passado para que se mude algo.
A violência destas crianças é tão terrível que nos faz pensar que afinal não criamos pequenos rebentos mas sim máquinas de guerra.
Morre quem é fraco e quem é velho. Lá se vai a experiência e a sabedoria. Os livros que eles julgam certos, são tretas e ideias de algum jovem do meu tempo, alguém que se quis divertir. O problema não está só em quem escreve mas também em quem lê.
As armas laser são mais perigosas do que pensei um dia a ciência poder chegar. Sinto o coração desacelerar e sinto que não há limites para a ciência.
Hoje morro e vou em paz, tenho pena destes jovens que amanha vão voltar aqui ao campo de batalha ressuscitados para morrer novamente. A ciência de facto avançou para conseguir vida eterna, mas a memória não pode ser apagada e vão todos voltar a sofrer o mesmo.
Isto já não é um jogo, é uma realidade. Mas o terror foi semeado e o mundo vai acabar.
Por favor, salvem-nos.

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